Sessentões que passeiam de Galaxy
Postado em 17 de out de 2013
Estive em um evento de mobile marketing da Mobint hoje e um dos palestrantes mencionou sobre o crescimento do uso de mobile no Brasil. 80 milhões acessam a internet e 50 milhões acessam via mobile. Classe C e os mais maduros são duas das grandes fontes de crescimento. Resolvi retomar esse assunto, já tratado antes por aqui.
Percebe-se que diversos fatores explicam o movimento. A tecnologia já não assusta mais quase ninguém. A imersão é até lenta para os padrões de um indivíduo – em 2 ou 3 anos um iletrado se torna um expert no mundo do i-phone e seus aplicativos, mas rápida para os padrões das empresas. Começa-se com ligações e SMS. Rapidamente conhece-se o whatsup e o Facebook (para não perder uma foto da neta). Quando menos se nota já usam aplicativos de comparação de preço de passagem aérea, internet banking, livros digitais, sites de relacionamento… E o que são 2 ou 3 anos para as empresas? Nada…
O segundo fator é a conectividade e o aumento das relações sociais que ela traz. Pessoas com mais de 60 anos têm tempo e frequentemente querem e precisam ampliar suas relações ou mesmo se manter conectados à sua rede. Mudanças no ciclo de vida familiar, alterações na rotina de trabalho e novos interesses fazem com que pessoas com mais de 60 anos precisem da tecnologia para ampliar ou manter sua rede de relacionamentos e obter todos os benefícios que ela proporciona para quem sabe usar.
O terceiro fator é social, mescla da imitação com o poder dos influentes. Tudo que é bacana e que a amiga bacana conta que é bacana, o outro precisa conhecer. Como ficar de fora? Tecnologia (seu uso, na verdade) é “cola social”, é assunto que domina as conversas e as relações. Consome-se tecnologia para que se possa falar sobre tecnologia e para que se possa ser e se posicionar como alguém inteirado de seu mundo.
O quarto fator é o mais poderoso, apesar de ser o mais lento a se estabelecer. O hábito. Tecnologia se torna um hábito, ela se incorpora aos modos de viver, às rotinas, à programação que todos nós vamos construindo e transformando e que determinam o como fazemos aquilo que fazemos. Tecnologia vai se incorporando às práticas cotidianas dos mais maduros e aí vira um passeio, em que cada vez mais eles conhecem e se sentem tranqüilos em conhecer mais.
Benjamin Rosenthal